domingo, 10 de julho de 2011

Lá vem o sol

Domingo ensolarado na Serra. Céu azulzinho, desses caprichados na tinta. Dia iluminado, com ares de barulho de crianças na praça. Não resisto. Numa volta de carro, curto um pouquinho da criançada barulhenta na Praça da Liberdade. Jardim, estalinhos, bolas, algodão doce. Tudo lá, como nos tempos do filho pequeno.

Para mim, dias alegres e cheios de luz assim  combinam com Lulu Santos cantando a mais que empolgada "Lá vem o sol", versão de uma das muitas e inesquecíveis canções dos Beatles.

Coisa boa é ver filho crescer sorridente e saudável. Faz exatamente duas semanas que estou envôlta nessa atmosfera de alvoroço infantil. Primeiro foi a festa julina no colégio do filho. Meu menino já tem 15 anos, logo a dança de que participou ficou para ser apresentada em último lugar. Até lá foi um desfile de séries inteiras, desde a Educação infantil até o 9º ano. Impossível não lembrar do meu menino ainda pequeno. Ali um pouco  agitado em meio às coreografias infantis, bigodes pintados, chapéus de cowboy ou caipira, calças jeans com falsos remendos pregados.

Calças jeans e falsos remendos! Lá estava ele. Um jovem entre seus amigos, gargalhadas, sorrisos, piadas e aquele jeito de falar próprio dos da sua idade. Lindo! Dá para alguém me dizer como é possível ser mãe sem deixar que a corujisse role solta na alma da gente?  Quero não. Quero mais é ser coruja que ele merece.

A essa altura, festas no colégio são sempre ocasiões de deixar as lembranças chegarem. De prestar atenção na garotada e em seus pais. Todos iguais. Todos achando maravilhosa aquela dança desengonçada dos pequenos e se derretendo inteiros. Como eu sempre me derreti. E me derreto até hoje. Alguém duvida?!

Essa semana foi a vez da abertura das Olimpíadas. Bandeira Vermelha. O capitão. Pode?! Pode, o carinha cresceu mesmo e agora anda assumindo responsabilidades. Dedicou-se. Foram dias e dias inteiros no colégio planejando e ensaiando o desfile de abertura. Ele e mais duas amigas. Os três mosqueteiros!

Na hora da apresentação, eu na arquibancada com o coração pra lá de agitado e muito, mas muito mesmo mais que emocionado. Quando meu loiro entrou na quadra foi felicidade imensa. Um orgulho que nem cabia no meu peito. Ele e todos da equipe motivados, empenhados naquele desfile com o propósito de fazer o melhor. Foi lindo!

Se ficaram em primeiro lugar? Não ficaram. Não foram nem os últimos nem os primeiros, mas ganharam. Ganharam a certeza de que vale a pena lutar pelo que se quer, por aquilo em que se acredita. Ganharam o aprendizado de que nem sempre o nosso melhor é suficiente para vencer a competição, mas que o movimento na direção da vitória já é conquista muita. Ganharam a felicidade de ter os abraços amigos para confortarem-se na hora da frustração.

Deu verde na cabeça. E vê-los (o filho e os colegas) parabenizando a equipe vencedora cheios de sinceridade e do verdadeiro espírito esportivo foi motivo mais do que suficiente para, ainda com a voz embargada e os olhos cheios d´água, dizer: valeu, meu filho, você fez o melhor! Valeu Bandeira Vermelha!



Um comentário:

  1. Meus queridos.

    Algumas pessoas têm realçado que, embora tenham tentado algumas vezes, não conseguiram postar seus comentários.

    Uma das soluções que vejo é que, aqueles que tiverem dificuldades, selecionem a opção "anônimo" e que assinem as suas mensagens, tendo em vista que dessa maneira não têm havido dificuldades em postá-las.

    Sei que isso constitui um paradoxo: anônimos identificados! O que é que é isso?!(rsrsrs) Mas é uma maneira de eu ter acesso aos comentários que, realmente, têm valor imenso para mim.

    Um grande abraço e o carinho de sempre,
    Marise Bender.

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