domingo, 2 de outubro de 2011

De alto a baixo

Moradora da Serra, mas de olhos compridos no mar. Assim eu sou. O mar me encanta sempre e, mais do que isso, sempre me faz apaziguada com todo seu esplendor e energia.
Uma vez por semana, por compromissos de trabalho, cumpro o ritual de encontrá-lo. São rápidos momentos, menos que um namoro, quase um flerte. O mar está lá, mas não é o meu destino decerto. Fica ali no meio termo entre o desejo e o compromisso. O mar é só trajeto.

Descer a Serra invariavelmente é um prazer. A natureza exuberante.  O rádio sintonizado em uma boa emissora: trilha sonora de primeira. O iminente encontro com o mar.
Cada viagem é uma viagem em dois aspectos: o objetivo e o subjetivo. Enquanto a estrada vai surgindo e o verde se escoando da paisagem, há sempre muito tempo de pôr as idéias em ordem, é sempre tempo de ficar comigo mesma.
Nada me estressa. Nem o trânsito, nem a mudança de odores, nem mesmo espaços de paisagens tão hostis. É tudo parte de um rito de passagem. “Quem quer passar além do Bojador, tem que passar além da dor”.
Ao nível do mar, a primeira imagem que observo com delícia é a Igreja da Penha. Pequenininha e graciosa (se vista à distância) pairando sobre a Baía abençoada. Sempre um convite para o agradecimento aos céus por mais uma semana, por mais mar, mais Cristo Redentor, mais Rio de Janeiro - um amor bem antigo. Desde criança esse lugar me fascina.
No Rio, nessas idas semanais, as paisagens, no mais das vezes, são as do centro da cidade. Lapa. Bonde. Catedral. Academia Brasileira de Letras. Biblioteca Nacional. Um pedacinho do Santos Dumont. O cais do porto. Sobe e desce. Anda, para. Um buzinaço aqui, outro acolá. E o Rio antigo ali exposto ante os olhos de qualquer um que esteja disposto a admirá-lo.
Um corre-corre inevitável na cidade. Descer do carro é deslocar-me do tempo da contemplação ao da ação. Cumprir compromissos freneticamente, conforme dita a correria dos dias atuais. E depois, feliz, tornar ao carro-nave-salvo-conduto, para apreciação de tudo o que fica no caminho entre o mar e a montanha. É hora de, revigorada, regressar.

3 comentários:

  1. Meus Caros.

    Algumas pessoas têm relatado dificuldade em postar comentários. Se isso acontecer podem, por favor, avisar-me pelo email: marisebender@yahoo.com.br?

    Obrigadíssima.

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  2. Que viagem encantada. Acho que fui com você.

    Beijos.
    Isolda.

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  3. HOI MINHA AMIGA; NÃO IMAGINAVA O QUANTO ERA IMPORTANTE ESSA SUA DESCIDA SEMANAL AO RIO, NOSSA FIQUEI IMPRESSINADO PELA SUA PAIXÃO PELO MAR. SABE?? AS VEZES TB SINTO MUITA FALTA DO MAR, DAS MINHAS CAMINHADAS MATINAIS DIARIAMENTE. ÍAMOS ATÉ O LEME E VOLTAVAMOS, PELA BEIRA D'AGUA, DE SUNGA SEM CAMISA, CHEGAVA EM CASA UM BELO BANHO, UM BOM CAFE E IA TRABALHAR, TOTALMENTE REVIGORADO, TRANQUILO EM PAZ!!!!!!!!COISAS QUE MESMO ESTANDO E MORANDO EM COPACABANA, NA BEIRA D'ÁGUA VC ESQUECE TUDO ISSO E VIAJA. NO SEU MUNDO, NOS SEUS SONHOS, ENFIM, LIVRE, LEVE E SOLTO PARA MAIS UM DIA DE TRABALHO E TORCER PARA CHEGAR AS 17;00 HRS E REPETIR TUDO DA MANHA, AÍ O CENÁRIO MUDA TOTALMENTE, É UMA OUTRA COPACABANA, UM OUTRO MAR, UMA OUTRA VIDA E ASSIM ÍAMOS VIVENDO E CURTINDO A VIDA, ANTES DE NOS APAIXONARMOS POR PETRÓPOLIS E MORARMOS AQUI POR QUASE 15 ANOS!!!!!!!!!!!!!AÍ JÁ É OUTRA VIDA!!!!!!!!!!!!BJS....
    ADALBERTO

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