quinta-feira, 26 de maio de 2016

Uma pitada de cautela


Sinceramente, acho essa disputa gastronômica uma bobagem, um desperdício de energia. Enquanto os grupos ficam se alfinetando ao se chamarem de mortadelas e de coxinhas (ambos os tratamentos soam como acusação), há muitos políticos, dos mais diferentes partidos, se deliciando com champanhe francês à base de muita propina. Para eles, trouxinhas somos todos nós, mortadelas, isentões e coxinhas. Todos os que trabalhamos e que pagamos impostos. Todos os que levamos o Brasil a sério.
Já que a questão é culinária, é bom lembrar que o assunto é sério, que o caldeirão está fervendo e que nós estamos participando de um ritual antropofágico. Não como canibais, mas como alimento. Somos nós que estamos em pleno cozimento.
Apesar de sermos todos guerreiros, não haverá honra alguma em sermos devorados. Os que preparam a caldeirada (e são muitos os "chefs de cuisine") estão subestimando nossa força e inteligência.
Não podemos infantilizar a discussão. É preciso buscar argumentos válidos, não cair na falácia. A situação é grave. Não podemos reduzi-la à cozinha ou todos acabaremos, crus ou cozidos, numa bandeja.

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