
As noites estão
mais negras. As estrelas mais brilhantes. A lua mais prateada. A brisa sopra
bem mais fresca, ainda que não chegue a ser cortante. Os casacos saem dos
armários e gavetas e vêm aquecer seus donos. O inverno faz-se ver a olhos nus.
É julho. Estou em
Petrópolis. Está aberta a temporada de
contemplação da natureza. A cidade está em festa. Há tantas flores por aqui.
Espatódeas, mulungus, rosas, lírios, tumbérgias e cerejeiras. Os pássaros estão em alvoroço.
Como não ouvir a algazarra das maritacas?! Os quatis colhem as nêsperas nos
pés. O frio faz bem ao que percebo. Às plantas, aos bichos e às gentes que se
põem a observar essa profusão de cores e tamanhos e belezas várias.
A luz é tanta, os
dias têm estado tão belos, que os monumentos estão ainda mais monumentais e atraentes.
Ah, as cerejeiras!
As cerejeiras são uma emoção à parte. Há uma poesia particular em suas nuances
de rosa. Há um tanto de magia nas pequenas pétalas espalhadas pelo chão. É
julho e o Quitandinha floresceu. As copas cor de rosa esbanjam charme. Atraem
olhares. Arrancam cliques e flashes. A
beleza fugaz das cerejeiras desperta o desejo de eternidade. Espocam
fotografias por toda parte.

A floração das
cerejeiras esse ano chegou como um bálsamo para tantas tensões que temos
vivido. Tem cumprido sua missão com louvor: fazer brotar em cada um a capacidade
de sonhar, de observar, de apreciar.
Entre abelhas,
gentes e beija-flores a natureza desabrocha e nos desperta as sensibilidades.
Muita vez a beleza nos salva, nos devolve o equilíbrio.
É hora de contemplar.
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