Beltrano acha bastante criativa a frase de
alguém acerca da conjuntura política do país e a sapeca na sua timeline sem
mencionar o nome daquela pessoa que a havia escrito. Não é raro vê-lo agindo
assim.
Sicrana apropria-se das fotos de um
conhecido fotógrafo profissional, corta-lhes as logomarcas e leva aqueles
retratos tão cheios da subjetividade alheia a público como se fossem seus.
Um canal de notícias – vejam vocês – copia
fotos e texto do mural de alguém e os disponibiliza em sua própria página sem
dar crédito nem àquele que redigiu o texto nem ao que clicou as imagens.
Todos recebem e acolhem naturalmente
elogios por suas publicações sem que aproveitem a ocasião para citar os seus
verdadeiros autores, para desfazer o que poderia ser somente um equívoco ou
mesmo fruto de um esquecimento. Nesse exato momento, está escancarada a má fé.
Esses são todos fatos reais que pude
contemplar num curto período de tempo nessa imensa passarela chamada Facebook,
sem que fosse preciso para isso realizar qualquer tipo de busca ou de pesquisa.
Curiosamente, todos os que agiram desse
modo têm algo em comum: divulgam matérias, frases, imagens, memes e coisa e tal
criticando a falta de ética na política, na administração pública, no Brasil.
Contudo, no afã de conquistarem alguma popularidade, de saírem bem no “face”,
de fazerem graça, de publicarem algo belo e criativo ou seja lá o que for,
fazem uma espécie de selfie de suas atitudes numa pose sem qualquer glamour e
revelam que, no miudinho da vida, não foram nem tão honestos nem tão éticos
quanto gostariam que todos fossem. As redes sociais são mesmo feito um espelho
do que vivemos em sociedade e muitas vezes revelam exatamente aquele ângulo que
se quer ocultar.
Não é por acaso que mais e mais empresas
passaram a usar as redes sociais para a avaliação do perfil de seus
funcionários e daqueles que se candidatam a vagas de emprego. No terreno da
informalidade, não é difícil identificar inconsistências entre o que diz um
currículo e a prática do indivíduo em sociedade. Entre plágios, tretas,
indiretas, alfinetadas e recomendações, a dissonância entre o discurso e a
conduta cresce, aparece e desvela o dono do perfil. Ditar regras é bem mais
fácil do que se esmerar em cumpri-las.
Não dá para esperar que caia do céu um
mundo cheio de honestidade e de ética. É a sociedade que faz do mundo o que ele
é. E somos nós que constituímos a sociedade. É o somatório de uma porção das
nossas pequenas (ou grandes) atitudes que tece a trama do mundo. Somos todos
fios integrantes desse imenso tecido. O Brasil, a vida, as relações sociais e
interpessoais precisam urgentemente de discursos mais afinados com a prática. É
preciso calibrar nosso diapasão.
A mudança de conduta para a construção de
relações e de lugares melhores precisa começar do individual para o coletivo e
pode/deve ter início a partir de gestos muito simples, como, por exemplo, dar o
devido crédito a quem o tem numa singela postagem nas redes sociais. É fácil,
indolor, honesto e muito elegante.
Imagem retirada do site:
https://bhdicas.com/afinal-o-que-e-etica
Vale dar uma passadinha nesse link!