domingo, 17 de junho de 2018

Salve a liberdade de escolha!

Jardim do Palácio Quitandinha
Até pouco antes do jogo de estreia do Brasil na Copa da Rússia, eu não tinha decidido se iria ou não assistir à partida. E muita gente pode não acreditar, mas sequer sabia o horário da disputa. Não que vivesse qualquer dilema por conta disso, apenas não via nenhuma urgência em tomar uma decisão. Tinha marcado um forrozinho esperto com meu pai para aproveitarmos o início da tarde cantando e dançando. Mantivemos a programação. 
Até então, vinha acompanhando as manifestações de torcedores e não torcedores da seleção Canarinho, sem achar que sim nem que não, mas que cada um tem a sua maneira de reagir a um mesmo evento e à situação em que se encontra o país. Continuo achando isso. Pelo menos nesse sentido, ainda é possível o exercício da liberdade.
Mas foi olhar o Quitandinha assim todo decorado, preparadíssimo, um luxo mesmo para receber os torcedores, que o clima da Copa chegou pra mim. Saímos do forró, que por sinal foi maravilhoso - eta, grupo porreta o tal do Ziriguidó! - correndo pra casa para acompanhar com a família o jogo do Brasil.

Jardim do Palácio Quitandinha decorado para a Copa

O time não venceu, mas ganhamos o dia. Assistimos ao jogo juntos rindo, brincando, torcendo, comentando, arrancando os cabelos com as oportunidades de gol perdidas, bem como com as injustiças da arbitragem e passamos um bom pedaço da tarde em plena curtição.

Falava com uma amiga dia desses, que todos nós merecemos "um descanso na loucura" e que de amor, paixão e alegria, estamos todos precisados. Assim nos diziam Guimarães Rosa e Drummond, com alguma diferença, é claro. Hoje o futebol me salvou do absurdo e de tudo mais que estamos presenciando. Vivi uma hora e meia de recreio e quero mais. Nas horas restantes, eu penso em coisa séria. 

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