Manuela e Capitu |
oferecendo a elas uma pastinha para o desjejum, crente que estava abafando. Estava! Elas lamberam os beiços sem a menor cerimônia.
Já passado do meio dia, estava eu lavando louça, quando Manuela quebra o seu protocolo de boas maneiras e, subindo num tamborete, pousa as duas patas dianteiras sobre a borda na pia olhando ora para mim ora para o armário.
Julgando compreendê-la, dirijo-me a ela e pergunto:
- Você quer uma comida sólida?
Manu virou a cabeça e assim de lado, olhou fixo pra mim como se protestasse:
- Oi?! Dá pra falar a minha língua?!
Constrangida com a minha falta de habilidade na escolha das palavras, tornei a perguntar:
- Quer comidinha, meu bem?
- Miaaaau! Ela respondeu.
Peguei o pote de ração dentro do armário e já encontrando as duas gatas na beirada de suas tigelas, servi uma porção pra cada uma. Comeram com uma boca boa que só.
Voltando a guardar o pote no armário, foi inevitável pensar: os bichos sabem mesmo se comunicar, a gente é que, às vezes, escolhe mal o vocabulário.
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