domingo, 17 de julho de 2011

Sempre

“Dura a vida alguns instantes
  Porém mais do que bastantes
  Quando cada instante é sempre.”
  (Chico Buarque de Hollanda)

Quarenta anos.

Fazer aniversário é coisa que cada um vivencia de uma maneira. Uns curtem extremamente. Outros se entregam ao isolamento. Há quem se dedique a fazer meditação. Há aqueles que ficam felizes e até os que se entristecem. Vivenciar a chegada de uma nova idade é, sem dúvida, uma questão subjetiva.

Eu mesma já vivenciei a nov-idade de maneiras diferentes. Os trinta foram emblemáticos e decisivos. Fiquei na corda bamba e, já que a chegada era inevitável, fui correndo ler Balzac para saber com propriedade o que vinha a ser mesmo uma balzaquiana (hoje até esse conceito está mudado). Os tempos realmente são outros. Graças a Deus!

No último dia 14 fiz 40. Que delícia! Ao contrário da entrada meio atribulada e trêmula nos trinta, cheguei aos quarenta cheia de esperanças, de expectativas, de alegrias, de satisfação. Cheguei aos quarenta agradecida a Deus, à Vida, à Família, aos Amigos e a todos aqueles que, de alguma maneira, me fizeram e me fazem aprender e crescer todos os dias.

Se me perguntarem se realizei plenamente os meus sonhos até aqui, direi sem pestanejar que não. Se fui bem sucedida em todas as minhas empreitadas, claro que não. Se houve sofrimento no caminho, certamente que sim. Há um rastro de frustrações e de felicidades diárias ao longo desses quarenta anos. Mas todas elas me deixaram incontáveis lições.

Completei quarenta no caminho entre Petrópolis e o Rio de Janeiro, na Serra. Vi o sol nascer na estrada e se pôr na baía. Tudo assim sem programar. As coisas e os horários aconteceram naturalmente. Para completar, que espetáculo! Era véspera de lua cheia. E o brilho prata se fez farto naquela noite. Tudo presente. Todos os amores presentes de alguma maneira: Filho e Pais, Amigos e Amor, Colegas e até desconhecidos (alguns desconhecidos não são definitivamente uns amores?).

Foi o meu melhor aniversário. Interna e externamente. Tudo o que era realmente importante se fez presente. E viva Graham Bell, o santo Orkut, o venerável Facebook (exagerada!) esses deliciosos encurtadores de distâncias!

Completei quarenta anos amarradona, no dia 14, com café da manhã especial e tive festa surpresíssima no dia 15, que fantástico! Os amigos me trouxeram aos pouquinhos cada uma das minhas paixões: o filho, a família, os próprios amigos, as palavras de Affonso Romano, minha grande paixão literária, as canções de Chico Buarque, minha eterna paixão musical. Não há como agradecer.

Para melhorar, no dia 16, festa julina com a família e comemoração especial para os aniversariantes de julho.

Nesse meu aniversário tive Amor (na sua definição mais ampla), Sol, Mar, Lua, Música, Literatura. Foi uma chegada cheia de afeto, repleta de significado. Recebi tanto carinho que não houve um espaçozinho sequer para pensar em algo que não fosse bom. Pode haver melhor presente?

4 comentários:

  1. Claro que não niver assim, é muito bom!!!!!!!!!!! Bjs Cláu

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  2. Olá Mari, Parabéns!! O Rubem Alves diz que na verdade não fazemos os anos...desfazemos! Explico: Na verdade são os anos que não temos mais, os mesmos que vivemos e acumulamos conhecimentos para viver da melhor maneira os que ainda tivermos pela frente. Maravilhosa a informação que você desfaz mais um ano de uma maneira tão lúdica, cheia de vida, Amor e esperanças já que ainda se tem muitas realizações pela frente...Ter essa noção de que o dom de viver é maravilhoso faz tudo parecer mais fácil e promissor. Mais um ciclo se inicia e é sempre hora de arregaçar as mangas(ou de mantê-las arregaçadas!) e continuar nessa jornada única. Desejo muito mais Amor, Saúde e Fé na vida para continuar sendo especial na vida dos que lhe rodeiam, de perto ou de longe e que sua caminhada seja cada vez mais feliz.

    Um grande abraço,
    Carlos.

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    1. Oi, querido!
      Nem sei como demorei, literalmente, anos para responder. Obrigada pelo carinho de sempre. Felicidade para você. Sempre, a cada dia.
      Beijo grande.

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