quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Volúpia


Estrala a terra fertilizada
convulsivante da primavera.
Palavras, métrica, espera:

Volúpia das marcações.

Contos, poemas, canções,
cordas, sonoros sons.
Melodiosas paixões:
Volúpia dos violões.


Dançam, inspiram, explodem,
choram, versejam, gracejam,
cochicham e gaguejam:
Volúpia das emoções.

Homenagens, aplausos, beijos,
sonhos, ânsias, desejos,
murmúrios, recados, bocejos:
Volúpia das realizações.

Correm, socorrem, encantam,
ensinam e plantam.
Colhem, beneficiam, recolhem:
Volúpia das profissões. 

Crianças, doutores, atores,
pacientes, intérpretes, escritores.
Gente de todas as cores:
Volúpia das variações.

Tristezas, granadas, minas,
lágrimas, amputações,
lamúrias, guerras, vergonha:
Volúpia das destruições. 


Chico, Strauss, Cruz e Souza, 
Sant´Anna, Caetano, Camões.                         
Um Augusto que é dos Anjos, 
Bandeira, um anjo torto e Drummond.
Volúpia das criações. 

Voa Poesia,
leva o teu canto a todos os ouvidos
estejam eles bem ou mal dispostos.
Bate às janelas, abertas ou fechadas,
quaisquer que sejam elas.

Voa, seduz, encanta,
planta e, como em nós realizou,
desperta em todos os mortais
a vontade e o amor pela paz.



Observação: Em 13/12/2016, fez 13 anos que me formei em Letras. Esse texto foi escrito para amigos das faculdades de Letras e Direito da Universidade Católica de Petrópolis em
11 de outubro de 2001.



Imagens disponíveis em:

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