Imagem disponível no Pixabay |
Nossa decisão nas urnas pode significar o fim da livre expressão dos nossos pensamentos e ideais. O risco é real. É bom que tenhamos consciência disso. Vamos falar de política hoje para garantir o nosso direito de falar de amor, de flor, de música, de Arte, de Filosofia, de Sociologia, de religião e tantos outros assuntos amanhã.
Nossa decisão nas urnas (nas urnas, gente! Eu nasci num país em que não se tinha o direito de escolher seu presidente) pode significar o aumento da intolerância, da truculência, da violência. Pode mesmo! Para combater a violência, eu não quero viver num país de justiceiros, eu quero viver num país em que haja Justiça. Eu não quero ter o direito de pegar em armas para me defender. Eu quero ter uma polícia estruturada, equipada, treinada, trabalhando com dignidade por mim, por você, pelo próprio policial. Eu quero investimentos na área de Segurança Pública. Por nós e pelo policial.
A concordância do candidato do PSL com a exibição da sua entrevista exclusiva no mesmo horário do debate da maioria dos outros candidatos à Presidência da República num outro canal de TV, me ajudou a despertar de um transe. Temos sido sequestrados pelo discurso da violência e do ódio. Sequestrados! Ao exibir sua entrevista no mesmo horário do debate dos outros candidatos e estimular a concorrência pela audiência entre os eleitores dele (vamos estourar essa audiência, diziam muitos deles) ele impediu que seus eleitores sequer fossem expostos a falas diferentes das suas. Sequer ouvissem discursos diferentes do seu. Além disso, com essa postura, mandou um recado àqueles que não votam nele de jeito nenhum. O recado de que com eles e para eles não quer nem se dar o trabalho de falar. Ele não está nem aí para os que pensam de modo diferente do dele.
Notem: não estou falando que ele tivesse condições de saúde para participar do debate. Não estou sequer questionando se isso seria possível. Estou falando que, se ele fosse uma pessoa que prezasse a democracia, teria solicitado à emissora que o apoia que a exibição de sua entrevista se desse num horário diferente daquele do debate com os outros candidatos.
Eu quero investimentos na área de Educação. Uma Educação para o exercício da cidadania, coisa que só é possível com a formação de consciência crítica. Eu quero a formação de sujeitos cheios de autonomia e liberdade, para o pleno exercício de suas escolhas. Discursos monocórdicos não primam por produzir reflexões nem sujeitos capazes de ler o mundo. Para isso, é preciso pluralidade. Educar para a Liberdade?! Sim, hoje e sempre! Até para que possam pensar diferente de mim.
Trabalho nas áreas de Educação e da Saúde. Sei bem o tanto de doenças e ferimentos que o discurso intolerante pode produzir. Como agradeço a oportunidade de trabalhar há mais de 20 anos no Programa de DST/Aids e Hepatites B e C! Hoje ele tem outro nome, mas quero usar o nome antigo mesmo. Como cresci vivendo essa luta! Eu quero investimentos em Saúde, inclusive em saúde mental, área tão fundamental e tão desprestigiada no campo da saúde pública.
Não podemos desperdiçar energia travando batalhas de ódio na internet ou em qualquer outro lugar. Violência gera violência. Não podemos ser sequestrados pelo discurso de ódio. Precisamos de atitudes afirmativas em relação às nossas escolhas. Divulgar matérias de conteúdo verdadeiro e produzidas por fontes confiáveis que evidenciem os riscos reais que estamos correndo, pode ser muito mais produtivo do que discutir com o ódio e a violência de alguns dos eleitores daquele candidato nefasto. Observemos que nem todos os seus eleitores são violentos. Há entre eles, inclusive, pessoas que eu amo imensamente e que sequer percebem ou acreditam que defendem um candidato que não exitaria um segundo em nos agredir - pelo menos verbalmente - pelo simples fato de pensarmos de modo diferente do dele. Muitos nem acreditam que ele defende a tortura. Há, claro, aqueles que destilam o ódio. Hoje, especialmente, não podemos perder tempo com eles em discussões inférteis. Discussões inférteis servem apenas para drenar as nossas energias e para nos fazer mal.
Também creio que não podemos morder a isca de combater aqueles que não compactuam com o discurso do candidato do PSL, mas que pensam diferente de nós. Quando atacamos e desrespeitamos os nossos aliados, enfraquecemos a nossa luta. Depois a gente senta, diverge, até briga, se for esse o caso (só pra fazer as pazes depois). Neste momento, não. Sigamos juntos! Sigamos resistindo com amor, determinação, garra e proatividade. Sigamos com atitude e Esperança. O momento é grave. Estamos todos no mesmo barco. Lembremos do poeta: O presente é tão grande. Não nos afastemos. Não nos afastemos muito. Vamos de mãos dadas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário