Hoje foi dia de bolhas de sabão. Coloridas. Saídas de um canudo de mamoeiro que bem faz parte da minha tenra realidade infantil. Bolhas multicoloridas para simbolizar a vida breve, frágil e bonita de cada um de nós. Foi dia de ver as cores estourarem no ar ou morrerem no chão. Dia de realizar a finitude como dor espanto, beleza, inevitável.
Também foi dia de verdade. Kate, finalmente, revela-se para Rafa. Primeiro o corpo nu para os flashes da câmera. Depois os corpos revelando a nudez absoluta, entrega física e emocional de amantes que se desejam. Um pouco mais adiante a alma sem roupas em pleno desassossego. Revelação.
Dia após dia, a novela vem me acrescentando músicas da juventude, alegria das refeições em família, excertos de peças teatrais e romances.
Por falar em música, como não lembrar da despedida entre Theo e Rafa cantando Cazuza em "Mal nenhum"? E como não valorizar a passagem do tempo representada pelos vários núcleos do folhetim entoando o "Tempo Rei" de Gilberto Gil? Tudo é um caso de amor com a música.
Tudo vai na fé.
Religião?! Tem também. Um núcleo evangélico ensoando hinos de fé e esperança, e um protagonista que segue e honra a umbanda, tendo uma mãe de santo que o guia diante das situações duvidosas da vida.
Os conflitos da adolescência e juventude. A futilidade do mundo virtual. As relações com pessoas do mesmo sexo. As novas configurações familiares. A diversidade. O respeito. O subúrbio. A Zona Sul. A preocupação de quem tem contas a pagar.
Os relacionamentos abusivos. O perfil do abusador. A culpabilização das vítimas. O esforço interno de cada uma para buscar Justiça. O joio e o trigo.
Todo dia eu acho que "Vai na fé" é uma novela, mas ao término de cada capítulo, eu vejo o retrato da vida real com receitas pra buscar o melhor e o justo.
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